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A Divina Mansão pt.1 [AV9]

sábado, 14 de julho de 2012

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(Autor: Rodrigo Maia)




“Bruna, vamos sair daqui!”

Ela com um sorriso de moleque fingia não me ouvir.
Daí ela continuou subindo as escadas do jardim, da varanda (sei lá o que era isso) para entrar na mansão.

Peguei em sua mão e puxando-a falei: “Deve ter cachorro aqui...”

“Olha Rafa! O que tem ali atrás?”

“Éhhr, não sei... tal-ve...”

Ela virou para trás e fez um sinal para que ficasse em silêncio.

“Acho que ouvi um gato.”-disse ela sussurrando.

Descemos a escada que mal subimos indo para a direita onde parecia ter um quintal. Quando entramos no quintal, vimos um balanço cheio de folhas e com um tipo de trepadeira colorida bem robusta envolvendo as traves do balanço. Um pouco mais adiante vimos um tipo de casa de vidro que tinha tantas plantas e árvores saindo de dentro da casa que a revolvia de tal forma escondendo sua arquitetura de vidro.

Lembra essa mansão, mas não é essa.


“Miuuuiuuu... orrghhhiuuuuum”

“Ooo... gato?” disse Bruna espantada.

“Acho que isso não é um gato, deve ser uma criança brincando com a gente.”

“Será?”

“Oooorrgnhauuuummm”

“É. Melhor irmos, antes que ela chame os pais dela...” Antes de terminar a frase lá estava a Bruna esgoelando: “Oi amiguinho! Vc quer brincar?”

E eu fiquei mais atrás e desesperado tentei fazer ela me ouvir "gritando" com sussurros e gesticulando para ela olhar pra mim: “Nã-o.. Pssssiiiit... Xiiiuuu... Fi-ca... Ca queta! Ow... psssiiiu!”

“Droga.. ela entrou na casa do Tarzan...” falei comigo enquanto olhava para trás quando percebi que a maçaneta do portão que entramos estava se mexendo.

Dei uma corrida em silêncio atrás de Bruna sussurrando:

“Bruuna... pssiiiiu... hey... me ouve menina! Alguém está chegando... hey...”

Bruna estava olhando para os lados e para cima admirando a floresta caseira e algumas borboletas bem coloridas dentro da casa. Cheguei sussurrando e cutucando: “Alguém entrou na casa...”

Aí escutamos alguém na entrada da casa falando... só me lembro de ter ouvido algo como: “Oi garoto. Como vc tá? Quer brincar um pouco aqui no quintal com Pim-Pim?” E olhei para cara da Bruna e ela olhou para mim tentando entender o que estava acontecendo. Aí aquela conversa misteriosa continuou: “Não Thor... não tem nada nessa sacola para vc... vai pra lá, vai?!”

Bruna me cutucou e apontou para um dos cantos da casa de vidro e vimos pelo reflexo que era aquele cão que nos atacou na rua. DROGA! Agora ele estava vindo em nossa direção... “que melecaaa...”

Aquela casa de vidro com bastante mato
Com um grito em forma de suspiro para não chamar atenção entramos mais fundo naquela casa, mas não achávamos outra saída. “Melhor pedirmos socorro.” Mas o espírito aventureiro de Bruna não quis, ela fez sinal para esperarmos mais um pouco. Escutamos o cão farejando, e o som ficava mais alto, mais alto e de repente ele parou de farejar.

Depois de um tempo de silêncio ele começou a rosnar e começou a se aproximar devagar, até que...

“Thor? Tho-or!”

“Hãn?” Eu e Bruna falamos.

“Vem cá garotão!”

Aquele cão saiu as pressas com uma felicidade e na mesma hora eu e Bruna ficamos aliviados escorregando no chão: “Aaaaaaaahh..."
"Bom que o dono chegou...”

Aí ouvimos aquela conversa distante:

“... pois é... sem querer eu deixei a porta aberta e ele fugiu...”


“... aé? Que coisa, eu também eshqueci o portão aberto hoje... ainda bem que o Thor eshtá aí pra vigiar a vizinhança. Aaashiashiashiashia...”

Logo comentei:

“Sr. Divino?”

“Quem?” Indagou Bruna

“Grrrrrrrrmmmmnhouuurrrgggggrrr”

“O que é isso?” Perguntei a Bruna.

“Aaaaaaah!!!!!... hmmmm!!!!” Ela começou a gritar, mas tapei a boca dela a tempo fazendo: “ shiiiiiuuu...”

Aí ela só apontou em direção as minhas costas.

Percebi que no meu ombro havia um tipo de galho, corda, rabo.. algo que não parecia com nenhum rabo de gato pra falar a verdade.

Parecia mais uma planta carnívora... “Planta??”

Com um grito silencioso forçado puxei a Bruna com tudo e saímos correndo daquela casa de vidro e fomos em direção a saída, logo vimos o moço...nossa, era o Sr. Divino mesmo... ele estava de costas pra gente conversando com o dono do cão. Devagar recuamos de costas até que o cão que brincava com alguma coisa lá fora nos viu e disparou a correr em nossa direção de novo.

Foto de ~leosedf
"WHOLF! WHOLF!"

"CORRE!"

“Thor!? Não... Fiiiiuuuuiiii! VOOLTA RAPAZ!” Gritava o dono.



Nós viramos e subimos uma outra escadinha que dava num tipo de porta dos fundos.



Desesperados entramos pelos fundos da mansão.

Episódios
1º Temporada - Contos da Aldeia Vila Verde: 

Ep. 8: A pista verde
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Ep.10 A divina mansão 2